quarta-feira, 17 de julho de 2013

Castelos no Ar

Passam-me na mente as ideias mais mirabolantes, atadas por fios invisiveis que vou guardando num novelo, escondido na gaveta das meias.
Nunca fui muito de compreender porque custa tao caro sonhar, que magia negra é esta que deixa que mesmo os sonhos mais puros sejam manchados pelos olhos de outrem que analisa e disseca tudo o que a alma quer.
Nao sou pessoa de luxos, mas como todos, tenho as minhas manias, vou escondendo alguns sonhos, deixo-os como que adormecidos para que ninguem os descubra e assim eles se mantenham so meus, intactos dos olhos que os vao destruir.
E nada se destroi, ate que, de vez em quando, numa distraccao, um deles escapa e vem á luz, apresentando-se esplendoroso na sua inocencia, ou por vezes timido no medo de falhar em ter sucesso.
Na minha mente, no novelo da gaveta das meias, está um vestido branco ao lado de uma igreja cheia de flores. Está o meu filho vestido de pagem com dois aneis na mao e um sorriso no rosto.
No novelo da gaveta, esta um alguem sem rosto que diz que me ama, a quem os meus defeitos nao parecem tao defeituosos, que diz que é assim mesmo que me quer.
Ao lado da gaveta das meias está uma caixa. Uma caixa de memórias que vou usando para enganar a dor e a solidao, Uma caixa que tem coisas que fiz contigo, enquanto digo ao tempo que eventualmente te vais transformar no homem que eu vejo em ti, que vamos encher a caixa ainda mais, de momentos bons, deixar a estranheza com que me tratas de lado e parar de fingir que nos amamos para nos amarmos de verdade.
Este pensamento esta nos fios do novelo, guardado. 
Quando o mundo gira, de vez em quando eu vejo em ti o homem que eu conheci. Nao este de agora, que me deixa sozinha por um Pc ou por um copo, que se esquece de me dizer que sou linda, mesmo nos dias em que até o Big Foot fugiria de mim. Porque o homem que eu amo dizia essas coisas. Acordava me com beijos, aqueles apaixonados que ja ha meses nao me das, de vez em quando despertava-me com pequeno-almoco na cama, em vez de ruidos estupidos de um jogo, especialmente nas manhas em que eu estou tao cansada de tudo que nem consigo pensar.
Porque para ti, é normal que eu trabalhe 9horas por dia, que acorde as cinco da manha, volte pra casa para ter tudo por fazer e ainda seja normal que me perguntes: tenho fome, o que vai ser o jantar? - depois de teres passado um dia inteirinho nesse sofa ao qual ganhei um odio de estimacao de tanto te ver ai.
Nao existem partilhas, nem sorrisos, nem brincadeiras ou filmes romanticos, so o que tu queres, quando queres, num egoismo que doi, que fere sem matar mas vai matando aos poucos.
E sabes o q doi mais? é que no fim a egoista sou eu, quando como ontem - quando voltaste a casa depois de 3horas no trabalho porque "estavas doente" - mas foste certinho ao sofa e ao pc e ao jogo, sem dores ou desconfortos e quando perguntei se nao vinhas para a cama - 5horas depois, depois de ter cozinhado jantar, arrumado o quarto, tratado da roupa (no final de um dia de trabalho em ue me levantei as 5.30h da manha) - me perguntaste se afinal era por mim ou por ti que pedia para vires, porque eu e que sou egoista.
O que tu nao ves, ou se calhar nao queres, é que o novelo guardado na gaveta vai crescendo com sonhos e tu vais ficando mais pequeno a cada dia e que esta cada vez mais proximo o momento das dores.
Escondo-me. Falta coragem. 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Personalidades y nortenhas

Ainda fico de queixo caido quando todos os dias aprecio o quanto alguem pode ser dominado pela personalidade alheia.
"Cada um é como cada qual", diz aquela frase antiguinha, que ouco das bocas do povo desde os dias em que a memória me assiste, mas isto talvez seja a maior treta que ja alguma vez foi dita por alguem.
"Cada um é como cada qual" - Já viste como a X está vestida hoje, que parece uma rameira? O Y comprou um carro novo, nao sei onde ele arranja dinheiro...

Ou nao? Portuguesa que sou, isto é o prato do dia, ve-se em cada cafe de bairro, em cada tasco de fundo de rua, e nas casas de todos, do mais pobre até ao mais rico, que as madames tambem sao - e talvez mais até, por terem tanto tempo livre nas maos - cuscas como o mais comum dos mortais.

Mas nem é bem isso que me afecta. O que me afecta é ver o uso cinico de uma personalidade claramente dominante.

Bem, ainda nao é bem isto. Vá, a ver se me explico. É ver a personalidade submissa ser esmagada, humilhada, estracalhada emocionalmente por personalidades mais fortes.

Sim, eu bem sei que este nem sempre é o caso,  mas quase que meto a minha cabeca a premio como isto ha-de passar-se pelo menos uma vez em cada tres. E como e que eu sei?

Porque eu sou aquele tipo de pessoa que flutua entre os dois tipos de personalidade. Tanto posso ser submissa, como por exemplo, quando nao estou com paciencia, ou quando a minha educacao me diz que e tempo de calar "porque quando um burro fala o outro baixa as orelhas"; como posso ser domintante, assim num genero muito mulher do Norte, nao me pises os calos porque senao a coisa vai correr mal.

E até admito: sou desbocada. Nao admito que me gritem ou me insultem e faco um esforco por ser contida e cordial com toda a gente. Mas pronto, existem sempre situacoes em que a agua ferve demais e eu acabo por ficar numa situacao delicada.

O meu amigo Henrique diz que eu nao sei estar calada. Engana-se. Eu sei, só nao quero. Nao consigo ser cínica ao ponto de fingir que estou feliz quando nao estou, nao sei ser hipocrita e dizer amen con alguem so para ter os louvores dessa pessoa. Pronto, tambem nao ando á procura de confusao nem nada disso e ate sou, geralmente, bastante discreta. Mas la esta... nao venham mexer comigo, que eu nao vou mexer  com ninguem.

Enfim...voltando ao assunto: imponham-se minha gente, nao se deixem espezinhar... a mim levou tempo e sofrimento, e ate me transformou uma bocado em cabra, mas sabem? Nunca estive tao bem.

E agora vou fumar que o corpo ja pede nicotina :)

terça-feira, 9 de julho de 2013

Milfontes terá sempre a marca do destino

Dei por mim a pensar, a proposito de umas fotos num blog que leio, se ainda mantens o ritual de ir a Milfontes em Setembro.
Eu lembro-me de me dizeres que um dia havias de me levar lá, mas que esse dia era numa vida diferente porque as mulheres do amigos sao sagradas e eu nesta vida já estava nessa posicao.
Nao sei se essa vida vai chegar mas sei que naquela altura de tantas coisa más, foste tu quem me fez sorrir. Agora, que já nao sei de ti há tantos anos, que te perdi num rasto de poeira depois daquele dia em que me disseste que precisavas de tempo para me tirar da cabeca - e que isso podia levar dias ou podia levar anos - mas que me ligavas de volta quando eu já nao fizesse parte do teu coracao, eu dou por mim a pensar naqueles fins de tarde no Memórias, a pensar onde vias tu o brilho que dizias que eu tinha nos olhos e porque raio é que eu nao perdi a cabeca contigo.
Mas a verdade é que eu sei. Eu nao perdi a cabeca contigo porque tu nao merecias. Nao merecias ser "o affair" - bem pelo contrario, merecias ser o amor a tempo inteiro, aquele por quem se move montanhas e se atravessam pontes suspensas.
Quem me dera saber se ainda vais a Milfontes em Setembro, assim só para provocar o destino e saber o que aconteceria se eu te voltasse a encontrar, sem fantasmas ás costas, sem medos de amar.
Porque para mim Milfontes vai ter sempre o teu cheiro, - mesmo nunca eu tendo lá estado - porque sempre que ouvir a "Contigo Aprendi" vou lembrar me de quando me disseste que andaste tanto tempo a cantar essa musica e so no dia em que eu apareci é que ela fez sentido, vou pensar em Ratos Fluorescentes como nos nossos emails.
Quem me dera ter ficado com aquele molesquine negro... aquele onde os nossos segredos ficavam escondidos. Será que ainda o tens? Ou terá ficado esquecido no fundo de uma gaveta?
Isso nao sei, posso apenas imaginar, deixar fluir a vontade de rever-te um dia e voltar a tomar contigo um carioca de café e o pastel de nata, enquanto o mundo desaparecia la fora.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Dias de seres de Barro

Temos dias bons e dias maus e dias de quem nao sabe o sabor dos dias.
Dias em que nos apetece rir, em que apetece chorar, dias em que o tempo dos dias parece voar.
Esta matéria de que somos feitos e que em nada nos transforma em simples vidas, aparece traicoeira no meio das emocoes que andam tantas vezes á deriva de sentimentos mal esclarecidos.

Ontem foi assim, um dos dias bons que se enrolou numa hora mais tormentosa e me fez chegar a uma conclusao:

sou feita de um barro estranho que nem sempre se molda a meu bel-prazer, um barro que foi modelado por pancadas duras da vida e por ventos um pouco melhores que por vezes passaram.

E o meu pensamento resume se a isto: Até que ponto é mau aquilo em que agora me transformo? Compreender que estou a valorizar me mais e a cuidar de mim porque o mereco, mas nao ter a coragem de bater com a porta e recomecar este caminho que me trouxe alem mares baseada pura e simplesmente no meu bem estar (no meu bem estar inclui-se obviamente o meu mini me) e nas minhas vontadas.

Apetece me fechar janelas e abrir portas, soltar vontades. 

Será?

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Ás vezes apetece-me deitar-me no chao e ficar sozinha, isolada do mundo, a olhar pra Lua e a ouvir Caetano Veloso.

Só me chateia nao ter janelas viradas para a Lua, nem espaco para solidao num mundo tao cheio e o Caetano Veloso que está a tocar nao chega para apagar a vontade que tenho de me esquecer do mundo...

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Back to...


Pois é, o tempo passa depressa e as duas semaninhas de "férias" com a familia nao foram excepcao.
E depois ha outra coisa... cada vez mais me apercebo que ir a casa nao sao férias, é só mais do mesmo, as mesmas preocupacoes, discussoes e momentos bons tambem, mas acima de tudo, uma estafa de estar sempre entre a espada e a parede, entre o precisar desesperadamente de descanso e o nao ter hipotese porque existe sempre tanto para tratar, tanto para pensar, os remedeios do costume que tem de ser pensados e resolvidos e ainda mais quando se tem uma tipica familia tuga como a minha: cheia de problemas, medos, alegrias e tudo o que demais vem com isto de sermos muitos.
Uma coisa que reparei - e foi bem latente - foi que o Estado me esta a foder cada vez mais, porque cada vez que aumentam o preco de algo ou que porventura "me" (leia-se aqui familia sim pf?) cortam algum "auxilio" eu tenho mais uma serie de problemas em que pensar. Isto de ser o banco lá de casa está pela hora da morte e se acham que tem dificuldades em sustentar uma casa, imaginem sustentar duas, sendo que uma está num dos paises com nivel de vida mais caros da Europa e a outra tem 4 pessoas la dentro, incluindo o meu filhote que esta na idade em que faz falta tudo e mais alguma coisa.
Ok, talvez possam pensar que eu sou é mal agradecida, especialmente quem conhece a minha história e sabe tudo o que a minha familia fez por mim aquando do meu acidente e da minha gravidez. E eu digo-vos do fundo da alma que nao é ingratidao... é, sei lá eu bem, uma mágoa presa no peito, uma vontade de ter o Mini Me aqui comigo em vez de la e de ser eu a dar-lhe a educacao que eu quero que ele tenha em vez de ter de andar sempre a implorar para ele comer menos doces, lavar os dentinhos, ir para a cama mais cedo. Vontade de me aperceber que tenho 27 anos e perdi a alegria, que perdi o sentido de humor e que me estou a tornar numa pessoa fechada, que vive nas sombras da vida dos outros e a quem as pessoas so ligam quando existem problemas sérios ou quando o banco precisa abrir as portas.
Enfim... chamem-me cabra mas eu precisava desesperadamente sair de casa outra vez, ainda que a minha vontade fosse ficar la para sempre, presa a um amor que eu nao sei se existe, presa a essa familia que me dá tanto trabalho mas que é a minha afinal de tudo, sentada na janela á espera que o sol viesse e trouxesse o calor que eu nao sinto nem na alma.
De momentos bons, que também os há, trago na alma, guardo comigo e sofro calada a falta deles, guardo calada a dor de ver que o meu mundo nunca vai ser o mundo de quem comigo partilha a vida e que nem sei se ha vontade de que o seja.
Enfim...estou de volta, a luta continua e nem vale a pena massacrar-me mais (hoje).


M.

sábado, 15 de junho de 2013

O dia D dos YAMFAE

O tempo passa-se a correr, em especial quando vemos e vivemos momentos felizes com aqueles que nos sao mais queridos. Foi assim que no passado dia 09 de Junho, Domingo, vi os segundos, os minutos e as horas passarem em frente aos meus olhos como graos de areia por entre os dedos, perdidos nos sorrisos e na felicidade dos meus melhores amigos, no seu grande dia, no momento de selar uma uniao escolhida pelo universo e que faz deles ainda mais maravilhosos em dupla do que individualmente.

A cerimónia na igreja foi maravilhosa e repleta de surpresas e momentos fabulosos, que me transformaram na amiga mais lamechas que por lá andava - mas eu juro que escondi o melhor que pude! O pobre do namorado é que teve que gramar a aturar-me depois a rever milhoes de vezes a felicidade dos meus meninos e a minha propria felicidade ao ve-los exultantes, lindos e maravilhosos no seu papel de recem- -casados.


A recepcao foi de sonho, a simplicidade que tao bem os caracteriza e aquele video belissimo dos dois, feito na praia, em que eles contam ao mundo afinal como se apaixonaram. E claro, o momento em que a vossa querida idiota - moi - se apercebe que se esqueceu em casa do discurso de entrada dos noivos e vai de improvisar um que nao podia ter sido pior. So mesmo eu!

Enfim... foi lindo, marcante, adorável. E agora eu estou em Portugal prestes a regressar a uma Irlanda gelada sem ver os meus pestes que estao a curtir romance e calor na Republica Dominicana.

Felicidades ás pestes... Agora quero sobrinh@s!!!!